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O Brasil foi erigido sob a marca da degradação e do tratamento cruel do humano

O seu ápice organizado como a mais brutal forma de poder foi o modelo escravista-senhorial.

A apropriação dos corpos, espíritos (lembremo-nos que os batismos eram forçados e a proibição de outras crenças uma constante) e do labor indígena e, depois, negro-africano foi o que nos fez chegar até aqui, uma sociedade marcada pela violência e preconceito.

O censo de 1872 registrou 1,5 milhão de escravos no Brasil. Isso perfaz o quantum de 15% da população escravizada. Dados válidos?

O fato é que entre os séculos XV e XVIII o Brasil foi o país que recebeu o maior número de pessoas escravizadas das Américas.

Também, o Brasil foi o último Estado de todo o Ocidente a abolir a escravidão, a despeito de tantas pressões e lutas.

E essas cicatrizes de nosso presente continuarão a estigmatizar nosso futuro.

O racismo persiste no cotidiano, nos episódios do “elevador de serviço” ao “preto de alma branca”.

A discriminação se atualiza no declarar o “trabalho de preto” como algo depreciativo.

E a discriminação insiste em nos lembrar que somos um Estado racista ao vermos a mentalidade colonial-escravista em cada ato que a imprensa noticia.

A escravidão é restaurada nos episódios recentes da pesquisadora Samantha Vitena Barbosa e do Deputado paranaense Renato Freitas, retirados de dentro do avião em 2023.

Superar a exclusão e segregação impostas pela escravidão ainda será uma tarefa de muito tempo!

Vinicius Valentin Raduan Miguel

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