A Amaz\u00f4nia \u00e9 apresentada no estudo como estando duas vezes mais exposta a essas mortes evit\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n

“A Ecopor\u00e9 tem feito um levantamento de dados sobre essa rela\u00e7\u00e3o meio ambiente e direitos humanos, e impactos s\u00f3cio-ambientais. Nesse campo estamos coletando dados n\u00e3o s\u00f3 sobre queimadas, mas tamb\u00e9m desmatamento, degrada\u00e7\u00e3o ambiental em terras ind\u00edgenas, grandes desmatadores e essa rela\u00e7\u00e3o com o financiamento, inclusive o pol\u00edtico-eleitoral. Ent\u00e3o nosso olhar \u00e9 voltado para rela\u00e7\u00e3o: viola\u00e7\u00e3o de direitos humanos, meio ambiente e sa\u00fade”, complementa o pesquisador.<\/p>\n\n\n\n

Quem vive na TI Karipuna relata os impactos do problema. Segundo o l\u00edder ind\u00edgena Andr\u00e9 Karipuna, o per\u00edodo do ver\u00e3o amaz\u00f4nico \u00e9 visto com grande preocupa\u00e7\u00e3o devido o aumento no n\u00famero de queimadas e tamb\u00e9m das invas\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n

“N\u00f3s do povo Karipuna vivemos sofrendo com grandes impactos como queimadas no territ\u00f3rio, os invasores que est\u00e3o entrando no territ\u00f3rio. Esse ano tamb\u00e9m a gente est\u00e1 com uma preocupa\u00e7\u00e3o muito grande agora que est\u00e1 come\u00e7ando o ver\u00e3o. Ano passado prejudicou muito a nossa sa\u00fade, devido as queimadas a destrui\u00e7\u00e3o e devido aos grileiros que est\u00e3o queimando e entrando no territ\u00f3rio Karipuna”, denuncia.<\/p>\n\n\n\n

O superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov\u00e1veis (Ibama) em Rond\u00f4nia, C\u00e9sar Luiz Guimar\u00e3es, acompanha de perto essa regi\u00e3o e aponta os motivos para tanta fuma\u00e7a em um territ\u00f3rio espec\u00edfico.<\/p>\n\n\n\n

“As terras ind\u00edgenas Karipunas est\u00e3o cercadas por tr\u00eas grandes regi\u00f5es que foram desmatadas em nosso estado que s\u00e3o: Resex Jaci-Paran\u00e1, o Parque estadual Guajar\u00e1-Mirim e a regi\u00e3o de Nova Mutum. Essas tr\u00eas regi\u00f5es s\u00e3o as regi\u00f5es que mais desmataram e que est\u00e3o ao norte, ao sul e na posi\u00e7\u00e3o noroeste da terra Karipuna. Claro que existe uma concentra\u00e7\u00e3o muito grande de fuma\u00e7a nessa regi\u00e3o dos Karipunas. Todos os anos a gente observa que a regi\u00e3o de Porto Velho acaba sendo a regi\u00e3o mais polu\u00edda, muitas vezes at\u00e9 do planeta, como aconteceu ano passado”.<\/p>\n\n\n\n

Dados do Imazon apontam que a \u00e1rea de floresta desmatada da Amaz\u00f4nia Legal em 2022 foi a maior dos \u00faltimos 15 anos. Para esse ano, j\u00e1 foi feito o alerta para o avan\u00e7o do crime ambiental.<\/p>\n\n\n\n

“N\u00f3s aumentamos em praticamente 20% o n\u00famero de brigadas para fazer o combate de inc\u00eandio. Estamos contando hoje com 217 brigadistas contratados do Estado, isso distribu\u00eddos em 8 brigadas, inclusive com duas brigadas ind\u00edgenas para trabalhar no nosso estado e no sul do Amazonas. Temos uma quantidade maior de equipamentos, chegou um caminh\u00e3o tanque especializado para fazer o combate de inc\u00eandios na floresta e estamos com a brigada de pronto emprego, que \u00e9 mais ou menos uma brigada de elite para o combate em qualquer regi\u00e3o do estado”, finaliza o superintendente do Ibama.<\/p>\n\n\n\n