No dia de hoje, 12/06, no ano de 1964, o advogado Nelson Mandela foi condenado à prisão perpétua por seu ativismo contra o racismo e o regime de segregação da África do Sul.
Em um processo judicial direcionado, em nítido intento de criminalizar Mandela e outros 144 personalidades da luta antirracista, ele cumpriu 27 anos de prisão.
Foi localizado e capturado com o auxílio da CIA, o serviço secreto dos EUA.
Condenado a trabalhos forçados em uma pedreira de calcário, teve lesões permanentes nos olhos. Essa condição fez com que Mandela nunca conseguisse produzir lágrimas.
Na prisão, se dedicou, além da luta por direitos, a um processo de alfabetização das demais pessoas privadas de liberdade.
Foi colocado várias vezes em solitária como punição por tentar ler jornais, o que lhe era vedado.
Em ao menos uma condição, lhe foi ofertado um acordo para ser colocado em liberdade, desde que renunciasse à sua luta. Em resposta, disse que “apenas pessoas livres entram em acordos e como prisioneiro, não poderia aceitar um tratado”.
Com isso, expunha o caráter autoritário do regime que ainda mantinha a discriminação racial como fundamento e a restrição à oposição política.
Após intensa campanha internacional, quase três décadas depois, foi solto e, depois, eleito presidente do país.
Até sua soltura, a exibição de fotografias com sua imagem era proibida, dado o temor do Poder Público com o que a luta de Mandela representava.
Seu ativismo por direitos fundamentais dentro do cárcere repercutiu profundamente na adoção das chamadas “Regras de Mandela”, da ONU, com dispositivos sobre o tratamento de pessoas privadas de liberdade.
Foto de Peter Dejong, AP. Reprodução.
Texto: Vinicius Miguel